terça-feira, 22 de outubro de 2013

Piada - Um diálogo com a consciência

O texto dessa vez gira em torno do nosso diálogo com a consciência, o conflito entre ser ou não ser nosso o que por mais breve  pensamos, agimos, almejamos,optamos. Somos arquitetos da paz e do caos individual, com todas as plantas e lápis de traços variáveis, réguas de medidas diferentes e borrachas para quaisquer possíveis erros?

A loucura pode persistir em ser tão louca, que como ondas sonoras, um dia há de ser sã, mas incapaz de naquele momento ser compreendida, por falta de capacidade social e como reflexo, individual.

Penso numa ilusão como um copo com água, onde podemos ver através dele o ambiente de forma distorcida, mas se a bebermos, ficaremos mais aliviados e saciados por hora, veremos o ambiente claro, até enchermos outro copo quando nos der sede ou quando nos der coceira nos olhos.

A vida é uma piada, caros amigos e, eu gosto de rir dela. Com uma bussola e lupa, procurando os caminhos e artefatos mais minúsculos, mais profundos. Muitas vezes a piada cansa, tornando-se uma simples frase, mas o dom da criatividade nos faz criar novas para poder rir, então vamos de tempos em tempos mudando, nos apropriando de coisas diferentes, com outros olhares e perspectivas, novas definições de quem somos e para onde vamos. Existem as piadas que não se saem tão bem, assim como as de mau gosto.

O picadeiro está em reforma diariamente porém sempre esteve pronto para uso, vamos dessa vez, ou melhor dizendo, nesse dia, fazer novas apresentações, ensaiar outras coreografias, correr atrás de diferentes figurinos ou quem sabe usar alguns populares, podemos também copiar alguma peça teatral já feita e, interpretar tão bem a ponto de acharmos ser e sentir o mesmo que quem criou tal romance, tal tragédia ou tal comédia. Amanhã decidimos o que seremos e o que faremos!

O sorriso, semblante da esperança e aceitação, sempre vai existir, mesmo que ocultado pelos lábios nervosos e ensanguentados, ou pelos lábios movidos a dois universos em sintonia. As lágrimas também e, delas, podem prover várias atribuições. É de se admirar saber que a indecisão é mais decidida do que podemos optar, logo, como não ser seu cliente já que o mundo nos é saciado pelos opostos?

Piada

Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, 
Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, continuamos agindo inertes
Por mais que nossos batimentos cheguem a mil
Parada e comum a realização se mantêm, lemos a crença que prega a lobotomia do blefe
Prossegue, fazendo querer provar o sempre viril

Ingratidão virou piada de mal gosto
Instiga um amargo, doce e azedo
Imita aquela pessoa alí, aqui, cadê o sentido incisivo do gesto?
Isso, esse das noites inquietas no único momento de sossego

Amor, sabe aquela música nossa? Já está tão sem graça
Atende o telefone que um dia nos ligamos, quando era a gente
Agora seguimos, sem ninguém pagar a conta, nem abraço que aqueça, nem saudade que adoeça
Alinhe seu peito ao meu. Não podemos, fazemos questão de ter alturas diferentes

Diga mais uma vez o que sempre quisemos
Drogue nosso vício de achar que somos escohidos da inocência
Depois de mais dois ou três suspiros, o que mesmo dissemos?
Daquelas vezes, as palavras clichês de uma relação autêntica

Apedrejamos o espelho da alma, nossas vaidades, lava as faces, lava nas faces
Agirei como achamos que sempre agimos, com nossas importâncias tão superiores
Alegorias das máscaras, escárnios, maldizeres incubados, tragédias esperadas, espaço aos impasses
Antes de me despedir, peço ao cupido mais novo, que tal mais uma dose de nossos atores?


Às 15:35 do dia 22/10/2013, por Igor Franceschi Pires Bueno.

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