domingo, 29 de dezembro de 2013

Poesias ao vento

  Algumas poesias que fiz nos últimos tempos, mas não apenas as novas, antigas frases, poesias, reflexões e histórias serão postadas também =).
Dei uma absorvida no mundo, nos cantos, nos bailes, uma pequena pausa necessária, mas as coisas voltarão. Como o sol que repousa a nossa visão mas está sempre na ativa, trabalhando, assim como eu fiz, repousei a carne, a vista e, alimentei o espírito fechando os olhos e meditando. Agora volto a transcender a matéria, como muitos que se permitem a espera, o ócio, a calma... Mesmo que sutilmente.




Meditação

Sussurrei a mim meus medos,

Quis abandonar-me na surdez.
Canto um soneto do anoitecer,
Quando as velas acendem,
Minha métrica se mescla com sangue,
Compondo na pele outras digitais.
Tatuando dores, gemendo prazeres,
Pulsando tribais ancestrais.
                                                                   
Suplico, alma...

Desencarna só por um segundo,

Na nudez.
Quero provar o além,
Sem pisar na terra do Alguém.
Me consagrar feliz sem porém,
Nem por quê,
Poder visitar meus erros,
Como convidado e nada mais,

E me despedir. Perdendo o endereço.

Calma, leve veneno do apego, consome na neblina.
Dirigindo com olhos de vidro, me vejo em vós.
Quero o também para apenas deitar o cérebro. (Quero o ninguém para apenas desligar o cérebro).
Estou só, cada dia mais virando pó.
As ventanias ocas, urbanas, não me levam à fixação,


Sou pesado demais para o comum.


Vou gargalhar dos problemas sem ironia,

Me fantasiar do mágico de nós
Pena, que estamos roucos e céticos.
Ah, venha se deliciar do ócio com ópio,
Mas não estamos namorando a negação?

Não! Não! Não! Não...



... Sou pensado demais pra ser mais um!


Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 21:12 do dia 29/12/2013,





Alento

Finca teu espinho em minha pele, noturna flor.
Que no espinho que meu sangue escorre,
Também mancha sua terra
E uma hora há de voltar...
Por sua sede incontrolável de ter-me
Eternamente em ti.

E quando desabrochar voltará à mesma terra
No fim seremos o mesmo grão,
A pairar pela mesma brisa...
A mesma que encostou tua verdade em mim,
E nos selou.

Sou cravo, fira-me, adoeça-me.
Sou coroa, rasgue-me, arda em mim!
Sou pássaro, repouse-me em seus campos,
Fiquemos assim, no alento sem fim...

Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 01:34 do dia 06/02/2012.


É isso, muito obrigado, Pax!