domingo, 29 de dezembro de 2013

Poesias ao vento

  Algumas poesias que fiz nos últimos tempos, mas não apenas as novas, antigas frases, poesias, reflexões e histórias serão postadas também =).
Dei uma absorvida no mundo, nos cantos, nos bailes, uma pequena pausa necessária, mas as coisas voltarão. Como o sol que repousa a nossa visão mas está sempre na ativa, trabalhando, assim como eu fiz, repousei a carne, a vista e, alimentei o espírito fechando os olhos e meditando. Agora volto a transcender a matéria, como muitos que se permitem a espera, o ócio, a calma... Mesmo que sutilmente.




Meditação

Sussurrei a mim meus medos,

Quis abandonar-me na surdez.
Canto um soneto do anoitecer,
Quando as velas acendem,
Minha métrica se mescla com sangue,
Compondo na pele outras digitais.
Tatuando dores, gemendo prazeres,
Pulsando tribais ancestrais.
                                                                   
Suplico, alma...

Desencarna só por um segundo,

Na nudez.
Quero provar o além,
Sem pisar na terra do Alguém.
Me consagrar feliz sem porém,
Nem por quê,
Poder visitar meus erros,
Como convidado e nada mais,

E me despedir. Perdendo o endereço.

Calma, leve veneno do apego, consome na neblina.
Dirigindo com olhos de vidro, me vejo em vós.
Quero o também para apenas deitar o cérebro. (Quero o ninguém para apenas desligar o cérebro).
Estou só, cada dia mais virando pó.
As ventanias ocas, urbanas, não me levam à fixação,


Sou pesado demais para o comum.


Vou gargalhar dos problemas sem ironia,

Me fantasiar do mágico de nós
Pena, que estamos roucos e céticos.
Ah, venha se deliciar do ócio com ópio,
Mas não estamos namorando a negação?

Não! Não! Não! Não...



... Sou pensado demais pra ser mais um!


Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 21:12 do dia 29/12/2013,





Alento

Finca teu espinho em minha pele, noturna flor.
Que no espinho que meu sangue escorre,
Também mancha sua terra
E uma hora há de voltar...
Por sua sede incontrolável de ter-me
Eternamente em ti.

E quando desabrochar voltará à mesma terra
No fim seremos o mesmo grão,
A pairar pela mesma brisa...
A mesma que encostou tua verdade em mim,
E nos selou.

Sou cravo, fira-me, adoeça-me.
Sou coroa, rasgue-me, arda em mim!
Sou pássaro, repouse-me em seus campos,
Fiquemos assim, no alento sem fim...

Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 01:34 do dia 06/02/2012.


É isso, muito obrigado, Pax!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Piada - Um diálogo com a consciência

O texto dessa vez gira em torno do nosso diálogo com a consciência, o conflito entre ser ou não ser nosso o que por mais breve  pensamos, agimos, almejamos,optamos. Somos arquitetos da paz e do caos individual, com todas as plantas e lápis de traços variáveis, réguas de medidas diferentes e borrachas para quaisquer possíveis erros?

A loucura pode persistir em ser tão louca, que como ondas sonoras, um dia há de ser sã, mas incapaz de naquele momento ser compreendida, por falta de capacidade social e como reflexo, individual.

Penso numa ilusão como um copo com água, onde podemos ver através dele o ambiente de forma distorcida, mas se a bebermos, ficaremos mais aliviados e saciados por hora, veremos o ambiente claro, até enchermos outro copo quando nos der sede ou quando nos der coceira nos olhos.

A vida é uma piada, caros amigos e, eu gosto de rir dela. Com uma bussola e lupa, procurando os caminhos e artefatos mais minúsculos, mais profundos. Muitas vezes a piada cansa, tornando-se uma simples frase, mas o dom da criatividade nos faz criar novas para poder rir, então vamos de tempos em tempos mudando, nos apropriando de coisas diferentes, com outros olhares e perspectivas, novas definições de quem somos e para onde vamos. Existem as piadas que não se saem tão bem, assim como as de mau gosto.

O picadeiro está em reforma diariamente porém sempre esteve pronto para uso, vamos dessa vez, ou melhor dizendo, nesse dia, fazer novas apresentações, ensaiar outras coreografias, correr atrás de diferentes figurinos ou quem sabe usar alguns populares, podemos também copiar alguma peça teatral já feita e, interpretar tão bem a ponto de acharmos ser e sentir o mesmo que quem criou tal romance, tal tragédia ou tal comédia. Amanhã decidimos o que seremos e o que faremos!

O sorriso, semblante da esperança e aceitação, sempre vai existir, mesmo que ocultado pelos lábios nervosos e ensanguentados, ou pelos lábios movidos a dois universos em sintonia. As lágrimas também e, delas, podem prover várias atribuições. É de se admirar saber que a indecisão é mais decidida do que podemos optar, logo, como não ser seu cliente já que o mundo nos é saciado pelos opostos?

Piada

Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, 
Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, continuamos agindo inertes
Por mais que nossos batimentos cheguem a mil
Parada e comum a realização se mantêm, lemos a crença que prega a lobotomia do blefe
Prossegue, fazendo querer provar o sempre viril

Ingratidão virou piada de mal gosto
Instiga um amargo, doce e azedo
Imita aquela pessoa alí, aqui, cadê o sentido incisivo do gesto?
Isso, esse das noites inquietas no único momento de sossego

Amor, sabe aquela música nossa? Já está tão sem graça
Atende o telefone que um dia nos ligamos, quando era a gente
Agora seguimos, sem ninguém pagar a conta, nem abraço que aqueça, nem saudade que adoeça
Alinhe seu peito ao meu. Não podemos, fazemos questão de ter alturas diferentes

Diga mais uma vez o que sempre quisemos
Drogue nosso vício de achar que somos escohidos da inocência
Depois de mais dois ou três suspiros, o que mesmo dissemos?
Daquelas vezes, as palavras clichês de uma relação autêntica

Apedrejamos o espelho da alma, nossas vaidades, lava as faces, lava nas faces
Agirei como achamos que sempre agimos, com nossas importâncias tão superiores
Alegorias das máscaras, escárnios, maldizeres incubados, tragédias esperadas, espaço aos impasses
Antes de me despedir, peço ao cupido mais novo, que tal mais uma dose de nossos atores?


Às 15:35 do dia 22/10/2013, por Igor Franceschi Pires Bueno.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Máscaras de pele

  Nos aprofundamos nos pensamentos para tentarmos entender o por que de não estarmos saciados com nosso eu e tentando entender o por quê de não aceitarmos coisas que fazemos, pensamos, alimentamos e até por uma fração de segundo, gostamos, mas elas não entram em concordância com nosso gosto lapidado pelo orgulho, nossa vontade, nossa moral, nossa aceitação de afirmação pessoal.


 Ora, então vestimos máscaras de pele, não fictícias muito menos aquelas colocadas por alguém, mas nossas mesmo. Se alguém além de nós pudesse criar tais máscaras, ou explicar sua constituição, seria a mão divina ou a mão do próximo. Criticamos o outro, argumentamos sobre o nosso redor mas no fim, trocamos apenas o objeto, tal objeto que poderia estar presente em cantos e mais cantos da cidade, nas populações e suas diferenças, os espelhos. Espelhos onde não queremos enxergar nosso reflexo e por tal motivo, colocamos em terceira pessoa a nossa particularidade.

  Como compreender que pensamentos que parecem não serem nossos, que parecem estar flagelando nossa alma, são nossos? Seria uma anima mundi? Seria um ego coletivo? Se seguirmos esta linha de raciocínio, as coisas se tornam autoexplicativas, pois da mesma forma que não conseguimos fugir da energia por estar presente em tudo e todos, e da mesma compartilhamos, uma grande invocação do Todo como substância etérica seria um sentido a se tomar como raiz de todo esse caos. Logo estaríamos destinados a lutar contra nossos próprios leões que parecem familiares para o outro, e no fim, seriam mesmo de ambas pessoas! 
Sangue, afeto, desejo por matar, desejo de amar, desejos e mais aventuras fantasiadas por 7 pecados capitais e infinitos pecados universais. Mas tais pecados tornam-se bons ou maus a partir dos olhos de quem vê, e se essa alma nos entregou tais possibilidades e compartilha com nós as mesmas, é por uma razão bem simples: aceitação.

  Não poderia o Todo nos atrair a algo que viria a nos defasar, pois estaria se mutilando também e acredito que ele não é masoquista, muito menos tolo. O crescimento é natural e a morte, antes que eu me esqueça, não deixa de ser o crescer. Não são obsessores espíritas que te jogam ideias macabras, caso fossem, eles também compartilham dessa matéria não material, você gosta de tais obsessores e se identifica com eles, logo você não quer separar bem o joio do trigo ou não aceita ambos componentes por terem te ensinado desde pequeno que você deveria em toda colheita a agir da forma convencional. Mas você não quer ser convencional e, de fato não é. Nem mesmo os que te ensinaram são, eles são apenas prisioneiros, assim como você está sendo.

  No fim, quando se procura paz e se luta incansavelmente para atingir a plenitude moral colocada como boa harmonia e boa convivência (religiosas...), apenas selamos numa caixinha nossa destruição e optamos por concluir que apenas a construção é positiva. Negativo meu caro, os opostos são necessários para a dinâmica universal, e até mesmo para a estaticidade momentânea. Ah pandora, porque deu tal presente, se eu soubesse que seria meu caos, teria deixado embrulhado e vivido numa ilusão atemporal de felicidade, ou pelo menos do que me mostraram ser culturalmente! Assim ficaria mais cômodo e mais ignorante. Não choraria mais, por não saber o que é a dor ou por viver numa dor constante, imutável. Não saberia diferenciar, mas agora eu sei e isso me incomoda!

  Não comeria o fruto do Éden, não desceria à Malkuth mas sim, permaneceria imanifestado até as próximas rondas esotéricas. Assim sem precisar existir como manifestação, observaria como um covarde ou como alguém sábio demais todo ciclo da humanidade.

  Difícil conviver com nossas personalidades, diria que Fernando Pessoa apenas se deixou levar... Seus heterônimos não eram mudanças para um ser imaginativo mas sim, aceitação de seu ser e de suas faces! De suas máscaras de pele, que elas cobrissem seu corpo todo, já que estavam em seus olhos, boca e nariz.

  E quanto mais se descobre e descobrimos o mundo, quanto mais alimentamos nosso ego e o ego onipresente, mais tememos e recusamos nós mesmos. E por que tudo isso? Por culpa de humanos que quiseram brincar de Deus!

Mais uma poesia que vai e vem....




Elementos

Água, presente na boca
No sangue, nos olhos...

Ela escorre e flui, e eu fico aqui, parado
Queria ser livre assim, contornar todos horizontes
Ser forte para quebrar pedras e inundar medos
E alimentar a raiz de meus sonhos, e com eles seguir.


Terra, presente nas mãos
Nos pés, na pele...

Firme e inquebrável, nunca desaparece
Pode ser fragmentada a grãos ou se juntar em planetas
Mas sempre está lá, e se mescla com tudo e todos
Fica úmida, seca, leve ou se priva, quando pesada.


Ar, presente nos pulmões
Nos gestos, nas falas e cantos...

Não precisa se mostrar para saberem que está lá
Todos podem sentir, pode dar um frio ou um arrepio
Leva tudo, até a imaginação... E organiza o que saiu do lugar
No vácuo não se pode falar, nem sorrir.


Fogo, presente no sangue
Na pele, nos cantos...

Estimula o mundo, sempre insaciável
Aquece a água para se renovar, a terra para se moldar
Dança com o vento, dança com a liberdade
Queima e nunca diminui, apenas se multiplica, como o acender de velas.

Às 11:22 do dia 20/09/2013. Por Igor Franceschi Pires Bueno.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Medo - Instinto não natural

  No decorrer de nossa história e suas estórias, fomos moldados, lapidados pelo escultor no topo da pirâmide, foram criadas leis para o bem comum e livros didáticos de bons costumes e linhas de raciocínio. Do boca a boca foram engessados ideais e pensamentos (e porque não sentimentos, também?), todo nosso ego foi transmutado em uma teia que possui paredes de um material mais resistente que concreto e de natureza, que se pode deduzir, até invisível, sendo impossível medir seu comprimento, largura ou área de atuação: MEDO.

  A partir do momento em que o homem foi doutrinado a pensar que ao fazer determinada coisa, ele caminharia para o lado da incoerência e mal, ele foi aprisionado nessa parede, e virou a mosca da teia cultural onde a aranha é a ética e moral impositora, e tais imposições percorrem todo o ser conscientemente e em muitos que já beberam demais desse elixir, no subconsciente. Pois você é o que é a partir dos ensinamentos e controles sobre o que você pode ou não ser, independente de qual meio social você vive ou segue, ele abraça você de tal modo que se tem a sensação de que era tudo um desde o início e que assim será para todo sempre. Somos frutos do meio que optamos ser  a partir de reflexões e impulsos inexplicáveis sobre nossa história individual e coletiva? 
   Vamos analisar um exemplo talvez incomum (e pense por que de ser incomum):
  Se você pular de um precipício perderá sua vida, e isso é ruim. Mas se não te dissessem que pular do precipício é ruim porque estar morto segue uma linha maléfica de pensamento, você ao ver um precipício, poderia optar sem medo algum de pular ou não, a sua vontade não teria barreiras e se manifestaria como uma verdadeira vontade, puramente sua! Muitos pensarão que isso seria falta de conhecimento e discernimento, possivelmente um descontrole e insanidade, mas a linha que dizem ser tênue entre sanidade e loucura é interpretada a partir dos olhos de quem vê, eu posso enxergar o que quiser e como eu quiser, claro que todo o meu QUERER, como é sabido, sempre possui traços e influências da minha cultura, do meio.
  E minhas gargalhadas insanas seguem ao saber que nenhuma das almas que fez tal ato, voltou para nos contar como foi a experiência, pelo menos não do modo carnal e convencional, como uma nova descoberta científica ou abaixo assinado promovendo a vontade sem grilhões de sua raça. Por não sabermos, apenas termos livros e experiências que nos fazem crer (com margens de descrença) e por não possuirmos uma certeza que englobe todos nossos sentidos físicos, metafísicos, ou seja, um ponto de comodidade atemporal, temos medo. E o medo que causa a insegurança, é o que nos faz medir consequências de causas que desconhecemos e de efeitos que imaginamos, mas nunca sabemos se assim serão.

   Muitos têm medo de filmes de terror, mas se nossos pais, amigos e conhecidos ficassem dizendo do filme de comédia que viram e não conseguiram dormir por achar que a risada iria pegar seus pés, rir seria algo horripilante e naturalmente, evitado.

   Como de praxe, agora vamos a poesia! rsrsrs


  Força do Leão

 Meus calcanhares! São como os de Aquiles!
 Mas meu canto como os das sereias,
 Destruo embarcações dos ventos da mentira,
 E possuo  força como  de Hércules!


 Quantos não foram atingidos pela Medusa atual,
 Ela deixou cair seus cabelos pelas cidades,
 Vão e vem com o sopro do capital,
 Com mechas de todos os tipos, tamanhos, idades.


 O teatro da tragédia, hoje é o do stand-up,
 Deram um truco na sua testa sem o zap.
 Construindo há milênios mais um dominó,
 Com um caminho circular, nos derrubam sem dó.

 Implantaram uma política intracultural,
 Sem causa nem efeito, que foge do racional,
 Te deixa com as pernas bambas, numa corda estável,
 A saída do picadeiro possui um ilusionista insaciável.

 Sou feliz por não cair no gosto deplorável,
 Pela minha mente filtrar até água potável,
 E o meu punho socar até peito de aço,
 Questionar a sina além do tempo-espaço.

 Num café, se pode coar até sair todo pó,
 Mas seu gosto sempre será um só.
 Assim eu sigo, podem tentar até me matar,
 Que minha essência não sairá do lugar.

 To com o mapa do tesouro, te ensino o caminho,
 Feche os olhos, se sinta, respire tranquilo,
 Se não entendeu, vá para frente do espelho,
 Aí está o baú, só basta abrir e olhar dentro.

 Moro numa selva de máquinas de guerra,
 Só um sou indefeso contra toda essa miséria,
 Mas juntos temos a força e urgir do mais forte leão,
 Vamos parar de dormir e espantar os urubus da ilusão.

 Das minhas tripas você não come não!
 Nos meus ancestrais, você não sobrevoa!
 O território está marcado pra paz e união
 Não desperdice suas carniceiras energias à toa.

 Fui crucificado ao nascer, na morte nasço de novo,
 Atormento os conformistas, dou fogo para meu povo.
 Te tiro do sono burguês e trago o real pesadelo,
 Libertação de mais um pião, xeque-mate no medo.

Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 13:34 do dia 23/08/2013.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

A ''certeza'' de tudo, é a incerteza?


  Praticamente nada do que eu já vi, tanto no mundo externo quanto no interno, eu entendo...
  Me encerro a essa conclusão pela seguinte linha de raciocínio: compreendo as causas de diversas situações como os motivos de pessoas usarem drogas, dirigirem máquinas potentes, saltarem de paraquedas, enfim, uma infinidade de coisas que ocorrem e que já testemunhei, li ou me foi transmitido de alguma forma. Mas nada disso eu entendo, apenas compreendo. Como se não bastasse o caótico mundo externo, mais mergulhado em dúvidas e caos se encontra o meu mundo interno. E acredito que o seu, também! E como ficaria o desfecho de coisas que vivemos, sentimos e mesmo assim, continuamos sem entender? Que mesmo lendo livros de filosofia, psicologia, ciências, ocultismo ou ficção, apenas aumentam a compreensão do todo individual e coletivo, mas não o entendimento de ambos? Deixo claro que tais dúvidas, surgem de manifestações não técnicas e calculáveis (como 1+1 são 2), embora até as mesmas entrem em constante conflito. E essa é a graça da vida? Continuar sempre com sede? Prefiro então secar no deserto de vez e me juntar aos grãos de areia, pois assim avalio minha pequenez...
  E quem nunca pensou que iria acordar dessa ilusão, chamada realidade? Há alguns que acordariam cercados por robôs monitorando cada parte do corpo, outros num planeta completamente inimaginável, outros num branco absoluto. E então pensamos que a imaginação é a única certeza real, pois é acompanhamos todo processo de construção, e não há nenhum mistérios, tudo entra em concordância com todos nossos eu's, há o esquecimento do questionamento...
  Aqui os papéis se invertem e retomam seus lugares, num ciclo sem fim alimentado por vontades, quereres, dúvidas, sentimentos, o que nos chega ao grau, mesmo que por poucos instantes, de loucura. A cada segundo reconstruímos nossa mente para uma nova viagem sem volta. E uma parte de nós fica eternamente lá. E como não dizer que é um paradoxo da vida, a própria vida? Somos completos paradoxos sem resolução, pois nenhuma resposta é certa e nenhuma dúvida rejeitável.
  A única coisa atemporal é o tempo... E o ponteiro me diz que vivemos num eterno 12, entre meio dia e meia noite, entre o despertar e o adormecer, como a hora de trocas entre em sonhos em realidades irreais, num conto de fadas com uma história existente em linhas e capítulos mas não existente na vida. Se perpetuam por horas, anos, na mente de quem as lê, mas mesmo tudo sendo visualizado de forma extremamente real, com a voz mental decifrando cada palavra e a tornando massa cerebral, muitas vezes transcendendo a energia da matéria, viajando pelos átomos da alma e espírito, elas não são afirmadas como existentes, como realidade! Como pode ser possível? 
  E se eu te disser que tudo o que você está lendo aqui, que sua consciência, sua história, são ilusões e que nada disso existe? A dúvida ''eu realmente existo? O EU é verdadeiro? Certamente que essas dúvidas já te perturbaram ao menos, uma vez. Em mim, várias, diariamente, constantemente.

Mais um poema que vem...

Insaciável

Frio... Tenho catalepsia atômica
Meu sangue circula em veias extensas
Tão extensas que nunca chegam ao seu destino
Não recebi até hoje um retorno às minhas questões,
Um vazio nunca preenchido, só o cobrem com momentos
(Momento), e logo depois retiram o cobertor
Continuo a sentir frio...

Um fantasma! Cantou uma ópera cômica
De gritos, dores, desejos, pura arte de certezas indefesas
Por trás das cenas é tão igual, atuamos com pente fino
Minhas lápides guardam os mesmos espectros e ilusões
E rezo todo dia, cada suspiro na nuca ofega meu alento( Sou contorcionista?)
Então me drogo com fé, boa moral e fingimento interior
E esqueço que sou meu eterno fantasma!

Eu só queria uma pausa...


Não. Eterna!
Ou nenhuma dúvida infinita...
Queria ter um manual da essência
Dos aromas, das ações, dos por quês, dos sentimentos.
Queria sangrar e entender se tinha um motivo verdadeiro,
Sem que me dissessem, ou me ensinassem,
Mas que eu sentisse alguma resposta, talvez não a certa,
Porém que me confortasse. Apenas....
Sem essa de ''Na sua opinião''.


Por Igor Franceschi Pires Bueno, no dia 05/08/2013, às 17:35.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Medicina - Medida Assassina.



   Chega a ser fulminantemente indignante e inacreditável vermos em portas com a cruz elemental (que simbolizaria equilíbrio) e o cetro de Hermes Trismegistus (mago do antigo egito e criador do Hermetismo), personificadas em entradas para o caminho do inferno. Leito Hospitalar pode facilmente, no Brasil e em vários países do mundo, ser assimilado ao mar de fogo, da mitologia grega, onde reina Hades. E aqui o rei maquiavélico se divide em vários governantes, tendo como participação direta da passagem dos doentes desse pra outro mundo, seus soldados diabólicos, os médicos frios, homicidas dolosos, incapacitados e puramente maus! Pois é, acho que o leite de mamá foi esquentado demais, ferveu e é por isso que eles proveram das chamas...

    Vemos diariamente notícias e reportagens mostrando que dos jalecos brancos como se fossem pombas da paz, de paz não possuem nada, além do mais se fossem comparados às pombas que comem restos de lixo e andam em poças de fezes, seria mais certeiro o tiro para compreender sua essência. Claro que como São Paulo, por exemplo, possui lixo e mais lixo e pouca comida para fornecer às pombas, os hospitais possuem equipamentos enferrujados, quebrados, o que dificulta o atendimento médico.

Tudo começa mais em baixo, ou seria em cima? No topo da pirâmide? Ahhh claro, não dão um bom salário para quem escolhe profissões ligadas à saúde pública, não dão assistência com equipamentos de ponta (salvo raríssimas exceções, que inclusive são feitas apenas para ''anestesiar'' o povo), o médico faz plantão atrás de plantão, muitas vezes existem poucos profissionais para cada hospital, fazendo com que a demanda de tarefas ultrapasse o aceitável, ainda mais se tratando de vidas... Tudo isso sabemos, afinal é extremamente difícil existir algo bom quando segue uma palavra no pejorativo: púbica.

   Não investem bem na educação, por isso temos maus professores e más estruturas escolares, não investem bem na cultura, por isso temos o carnaval ganhando milhões para um show da Claudia Leite e nem um mil para um grupo de rap da favela, que incentiva a arte pra garotada, e é também por isso que temos profissionais que defecam pelas seringas em hospitais!

   Mas estamos falando de VIDAS! FODA-SE se você recebe mal, passa sufoco, você lida com vidas, moço das mãos com luvas e título de Doutor!

   Tive uma professora de ciências que estudou muito, passou muito sufoco (inclusive sentimental!) e sempre foi uma excelente profissional! Ela nunca precisou pegar o aumento promovido para cada morte que ela conseguisse, nunca se filiou à empresas de funerárias e grandes mídias para promover uma matéria sensacionalista, seu dinheiro, mesmo que pouco, sempre veio de sua dignidade e esforço, de suas mãos de sangue por um parto bem sucedido e não por uma recusa de aborto de uma menina que foi estrupada aos 13 anos de idade!

    Somos o país que mais mata pessoas no mundo! E o que menos salva, também...Colocam o esparadrapo na boca do paciente para não gritar socorro quando estiverem colocando o tubo respiratório para ele sufocar com seu próprio vômito. O que são R$0,20 centavos para um esparadrapo a mais se o lucro é de R$3.000,00 num caixão.

    Vamos a alguns dados da OMS (Organização Mundial da Saúde). O Brasil é um país onde o povo paga mais de 50% o seu próprio bolso para os gastos e investimentos com a saúde. Para ser mais exato, 54%, e o governo os 46%. Lembrando que a saúde é pública, ou seja, gratuita e universal!

   O orçamento do PIB destinado à saúde é de 8,7%, inferior a países da África, à China, à países latino-americanos, e países subdesenvolvidos, diferente da pátria canário que é EMERGENTE em PRIMEIRO MUNDO!!!! HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA VAMOS RIR PARA NÃO CHORAR!!!

   O gasto do governo brasileiro com cada pessoa, na teoria, para a saúde, é de R$957,00 por ano. A média global é de R$1432,00 por ano. 

   Segundo o DATASUS, Departamento de Informática do amado SUS, morrem no Brasil (o que foi colocado no papel e não nos rios e fogueiras, claro) 1.170.498 pessoas em 2011 e nasceram 2.913.160 pessoas, também em 2011. Você pode estar se questionando, ou até com um sorriso no rosto, pensando ''Nossa, o número de pessoas que nasceram é quase o triplo de pessoas que morreram.''. Acha pouco? Então imagina você, seu pai, sua mãe e sua irmã(ou irmão), e agora pensa na sua família sem sua irmã! Ou sem seu irmão! Imagina sem seu pai ou sua mãe! Grande perda não? É... Uma pessoa na lápide com a data numa caveira para três vivas, pesou na sua consciência...

   Não podemos deixar as coisas continuarem assim, temos que fazer com que a pressão no braço das senhoras esteja boa e a pressão no planalto, nas cúpulas e ministérios, todos os prédios de órgãos públicos, esteja altíssima! De forma até incalculável! Devemos ouvir o pulsar de um bebê pelo estetoscópio, seja na zona rica ou na pobre, seja no Ceará ou no Rio Grande do Sul, seja em Copacabana ou em uma Aldeia Indígena.

    Para finalizar, segue mais uma poesia:




Últimos Socorros

De jaleco a prova de dores, o tecido branco tem raios-X vermelho Fazem plantão de corpos olhando a fila de próximos pelo espelho As frases prontas do dia no calendário das empresas funerárias Com brindes de geladeira com um membro do paciente da penitenciária Ao sair do SUS te agraciam com um kit médico qualificado Contêm um atestado de honra de mais um contribuinte do mercado À faculdade de medicina e ao multi-empresariado Aos ceifadores de almas dos corredores da morte negligenciados E me disseram que no Alasca é onde habita o extremo frio Mas consultei uma cartomante Terra sobre um tal de Brasil Ela contou que na pátria tropical de carnaval, chuteira e fuzil Tem everests ambulantes receitando mortes pra com sangue, encher seu cantil Governantes enchem balões de lacrimogênio nos tubos respiratórios E nos primeiros socorros, sufocam com o bafo de etanol e petróleo E o investimento anual de bilhões em novos postos, vira balela Os equipamentos entram na cartola do mágico Anti Marighela Você sabe os dados pra contratar profissional mal humorado? 8,7% do PIB de 4,4 trilhões resultam 383,8 bilhões pro sanguinário laudo Estanca a ferida? Não, cria hemorragia físico-mental no ciclo terminal Percorre as ondas cerebrais em uma impossível codificação racional Aqui não corre soro, apenas choro, urina e entorpecentes, Aplica a seringa de ferrugem pra virar parte do aro Mercedes A festa da UTI é todo dia, cada parada cardíaca é mais um viva O doutor assopra o bolo de carne e limpa sua necrótica saliva Por que as exceções de fé, sentimentos e consciência Se encontram em um dos crimes mais hediondos do planeta E como se não bastasse, cortam as asas do mais formidável canário Deixando-o agonizando, jorrando sonhos, famílias, o fluxo imaginário. Se Hamurabi presenciasse tal cena de banalização Ficaria pasmo com sua lei e proclamaria isenção Aos pobres chacinados pelo terno cancerígeno Estaria escrito arrebate de capitalistas sem dó, no artigo: Exímio. Ei Freud coloca na psique mais uma pequena análise Quem faz mestrado em homicídio com total sanidade Quer fazer da parede do consultório uma exposição de cabeças sapiens Um psicopata consciente não é distúrbio, é profunda maldade! O pesadelo real, tatua um X no seu peito Cataloga mais uma estatística no seu pulso direito É o fantasma da carruagem 192 que é regido por 190 cavalos Que seu dedo se não foi pra moldura, de tanto discar já criou calo. Sente o pulso do funeral, tão tocando em trombetas um réquiem O paramédico com seu pulmão faturou mais dez notas de cem No primeiro socorros quebrou sua costela pra contemplar sua agonia E depois facilitar a retirada dos órgãos ao aplicar uma eterna anestesia Aqui não corre soro, apenas choro, urina e entorpecentes, Aplica a seringa de ferrugem pra virar parte do aro Mercedes A festa da UTI é todo dia, cada parada cardíaca é mais um viva O doutor assopra o bolo de carne e limpa sua necrótica saliva. De Igor Franceschi Pires Bueno às 01:55 do dia 19 de Julho de 2013.

domingo, 23 de junho de 2013

Crescimento anatômico falho



Me degrada saber que a idade para muitos traz a certeza, a certeza de tudo que pensam é fincada no mais alto grau de clareza, a certeza de tudo que dizem é fincada no mais alto dom dos letrados, a certeza de sempre estarem com a razão absoluta. Quanto mais se cresce, mais os átomos musculares e mentais se expandem e mais se atrofia a carga positiva composta de prótons chamados: humildade e respeito. Não são crianças que matam sonhos e desejos de outros, ou impõem suas vontades como impossibilidades de reversão, são adultos! 

Quando colocam um copo de álcool na mesa, um cigarro por entre o dedo do julgamento e o da ofensa, acabam por se sentirem reis com lábias dissimuladas e de impaciência, gritando ''cortem-lhe a cabeça'' para todos opositores de seus pensamentos semi-deuses e ritualísticos... Falam, falam, falam e nada escutam, falam até a saliva sugada da ponta de seus dedões dos pés secarem, até se asfixiarem em si mesmos, mas não param de argumentar como donos do verbo e da palavra!

A criança, o jovem, são seres de segundo plano na tomada de decisões, afinal, ''não viveram como nós'' ''não sabem nada da vida ainda'' ''quando crescerem, vão entender''. Puts, por que então, seguindo essa lógica, não dão os postos de governantes aos humanos mais velhos da face da terra? Existem por aí, senhoras e senhores com mais de 100 anos, eles devem ser extremamente sábios, devem possuir dons sobrenaturais até! Calem-se para esperarem eles falarem o que devem ou não fazer, afinal, viveram muito mais que vocês, afinal, vocês não alcançaram à 4ª idade ainda para entenderem a complexidade do mundo como eles compreendem, em todos os sentidos! Inclusive, no que diz respeito à sua faixa etária e à sua influência, como trabalho, faculdade, carro, casa, ensinamentos familiares, ética, melhor horário para colocar os filhos para dormir, e o que devem gastar nas compras do fim do mês. Meditem esse mantra várias vezes todos os dias, pois se não ficarão no cantinho do castigo: ''Nós adultos, não somos dignos de capacidade humana para discutirmos com eles, nem retrucarmos, devemos ouvir um NÃO, ou um CALA A BOCA E FAZ O QUE TO MANDANDO e abaixarmos a cabeça!''

Provavelmente você não concorda com isso né, adulto sabichão, mas é exatamente isso que você faz com seus filhos, sobrinhos, netos, jovens que você vê na rua, e como se não bastasse com toda a representação infantil e juvenil.

Ao tomar decisões, ao se posicionar como chefe por pagar as contas (o que é o seu dever, afinal, quem escolheu ter um filho ou não, foi você), ao ignorar outras crianças e jovens por não pertencerem ao seu laço familiar, ou mesmo quem nunca teve filho e pretende não ter, preste atenção: Você já foi criança e adolescente e está fazendo o mesmo papel de seus pais ou responsáveis ao colocar o dedo na cara como dono do mundo, mas lembra como era chato passar pela situação do oprimido? Hehehe pois é, muitas vezes você sabia de algo e mesmo assim não te escutavam, quantos choros foram tomados como birras quando na verdade eram lágrimas de descontentamento por não acreditarem em você....  Cuidar, zelar, não agir como autoritário ou ser tomado por um complexo de superioridade, não é algo optativo pra harmonia ao próximo, é obrigação! Pois você também aprende com um pequenino de canela fina do mesmo jeito que aprende com o homem de bengala e cabelos grisalhos.

O aprendizado nunca acaba, a certeza nunca é certa. A palavra certeza é um ponto temporal de comodidade, a partir do momento em que esse ponto se desvia, o incerto entra em tona e como é bem sabido (ou achamos que é), nada é para sempre... Inclusive suas opiniões de nariz arrebitado, pois a gravidade infanto-juvenil está aí para fazê-lo abaixar... Claro que se você permitir, pois é muito comum vermos adultos com o nariz tão pra cima que chega a cegar sua visão e tampar seus ouvidos. Deve ser difícil respirar um ar só seu, né? A qualidade do medidor tá como? Rsrsrsrs...

Segue mais uma poesia minha:


Vivo-morto

Um passo em falso, recato ao lamento
Inato de fé, lavrado descalço
Sufoco da dúvida, afeto covarde
Embate da vida, cavalo da sorte

A mente se apega ao choro e relento
Me monto em horas, em pouco desfaço
Prisão do ventre na melancolia
Render-se ao vento, arrepio do corte

Vigarista, acho que no fim sou
Saboto a felicidade passageira
Almejando eterna compreensão
Mas só retoco a ferida em amasso a ilusão.

Cantigas antigas batucam a memória
Ajeito a coroa de espinhos que me corta
No arrependimento, de costume paraliso
Minha alma ri, mas é no caos que mora

Das lágrimas no chão, o mendigo toma
E se sente feliz, não com a minha derrota
Por ver que caos por caos, é dente por dente
E no fim, o mais sábio sempre vence.

Louvados sejam os cegos, não precisam ver, apenas sentir...
E eu que vejo, acabo não sentindo mais...
E estar morto em vida, não morto-vivo, mas vivo-morto,
E no fim vou morrendo e morrendo, mudando e mudando.

Vigarista,  acho que no fim sou
Saboto a felicidade passageira
Almejando eterna compreensão
Mas só retoco a ferida em amasso a ilusão.


Igor Franceschi Pires Bueno, às 21:49 do dia 05/08/2012.

Obrigado!

sexta-feira, 14 de junho de 2013

A dor em mutação

A dor da perda nos causa um ferimento nostálgico, deve ser por que sofremos desde que nascemos. O ser humano é guerrilheiro de uma constante batalha pessoal e destinado a sofrer, claro que esse destino não se enquadra aos opressores. A vantagem que temos em cima deles é que enquanto estão nos vestindo com o véu confeccionado pelas multinacionais, nós portamos a faca que rasga esse tecido putrifico! E eles, vivem em constante confecção maquinaria, com o óleo que lubrifica suas engrenagens constituído do sangue de pobres e até de cidadãos que mesmo não estando na linha da pobreza, possuem benefícios básicos como VENDA e não como OBRIGAÇÃO GOVERNAMENTAL! E entre o imundo e o sujo, optam pela segunda opção! Mas não, não se deve conformar com mixarias!

Quando perdemos algo que era cotidiano em nossa vida, não perdemos apenas uma base de nossos pilares pessoais, perdemos um meio de acesso e evolução ao coletivo e ao pessoal. Mas ao mesmo tempo, como conforto ou forte anseio de obter algo que falta, o espaço vazio se preenche com algo que não vai ter o mesmo valor do que o que se foi, mas terá um valor diferente para o que será. Muitas vezes, caímos e não conseguimos nos levantar, não achamos esse ''algo'' que nos fortaleça e motive-nos a seguir em frente, em uma nova forma reestruturada. É por que não permitimo-nos o encaixe de um quebra cabeça onde a força somos nós, e não o meio, das mudanças que ocorrem em nossas vidas, e essa não aceitação (não quer dizer submissão), nos barra de novos horizontes. É complicado se apoiar em fontes não descobertas, mas mais complicado ainda é seguir a vida com fontes ilusórias.


Mas para obtermos essas fontes (as não ilusórias), precisamos que os pilares estejam totalmente estruturados, o que não ocorre pois muitos de nós fomos submetidos à depredação da mão dos destruidores de lares e sonhos, dos porcos que jogam a lama da mídia no povo, dos governantes e suas múltiplas faces teatrais do terror!


Devemos exigir que a mudança social seja feita e que o conceito de iguais perante a lei, se enquadre na lei do amor e da benevolência, e não na lei dos ternos e gravatas milionários!
Devemos exigir que o nosso grito seja escutado e não coberto por sacolas de dinheiro com proporções astronômicas!

Devemos exigir que a tática de guerra seja o confronto contra aqueles que querem provocar a Guerra e que gerenciam e estimulam a guerra, a tornam um fator indesviável do povo oprimido para revindicar seus direitos, e contra aqueles que ficam deitados em sua cama d'água, com crianças e adolescentes do seio verde e amarelo, nuas a sua volta ouvindo apenas a palavra gringa ''fuck'', esperando a próxima chacina para comprar sua 10ª mansão e seu 25º carro de luxo.

Chegamos a tal ponto de mutilação mental e moral, que os mesmos que deveriam ser considerados heróis pelo povo oprimido por tentarem mudar essa situação nefasta, são apedrejados com comentários de espalhadores da bagunça, do vandalismo e tumultuadores do bem estar social. 

Chegamos a tal ponto em que quando ocorre um deslisamento no barraco, é preferível salvar a TV que só transmite fezes frequenciais do que um colchão furado que lhe dê algumas horas de sono.

A dominação e o veneno dos opressores está enraizado na árvore do Baobá afro-indígena-oriental-brasileira! E o antídoto se faz por alguns ramos e galhos que conseguem captar a chuva ácida e filtrá-la, é uma pena que essa disseminação não afete a árvore toda e sim só algumas partes, mas afeta ( e é nisso que nós que adubamos a terra para fortalecer as raízes da mudança depositamos nossa fé!). 


Porém o crescimento é inevitável, o crescimento faz parte da constituição universal caro opressor. E se até no concreto nasce flor, na ''pátria amada'', ainda chegará o dia em que nascerão mentes incorruptíveis e sonhos inafiançáveis! Este é o decreto da constituição cultural da vida!



Para a nau é


Estradas, rodovias, anéis de saturno na mão das donas, poeira corrupta canalizada.
Onde estão nossos gemidos de prazer? Foram tampados pelos da dor.
Mendigos embaixo da ponte anseiam calor em suas garrafas à fuga imaginária, ponto de paz!
Casta em foça, rodoanel passa por lá, junto lixos e lixos se formam pelo ar, respiro aspirina gripal e pulmonar,

As colas do asfalto secam na molecada que aterroriza as madames e o povo cansado
                                                                                                           [do trabalho!].
Cultura fermentada pelos pobres e formulada pelos donos incubados
Reorganizo o assalto para a nau é quebrar os pilares da desorganização funcional em maré oleada por mau canal social.

Buracos acidentam o vitrô das rápidas passagens paradisíacas marginais,
Menos quando tudo para,
 Quando milhares de veículos seguem no anseio de voltar às suas moradas e são impedidos pelo coletivo capital
Porém não nascem flores no concreto?
A virar de rodas a latões cada dia e se segrega mais uma luta pelo melhor blindado.

As colas do asfalto secam na molecada que aterroriza as madames e o povo cansado
                                                                                                           [do trabalho!].
Cultura fermentada pelos pobres e formulada pelos donos incubados
Reorganizo o assalto para a nau é quebrar os pilares da desorganização funcional em maré oleada por mau canal social.

Às 00:03 do dia 03/13/203 de Igor Franceschi Pires Bueno.

Obrigado!

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Mais um...



  Até onde iremos sustentar a bandeira da hostilidade, matança e destruição ao invés da bandeira branca absoluta? Estava pensando em pegar um pano branco em casa e ficar sacudindo, vibrando em minha individualidade um breve momento de paz, imaginando milhões de pessoas fazendo o mesmo, querendo o mesmo. E não queremos? Afinal, desejamos a cada respiração sufocante um momento de paz perpétua e de melhora global (pelo menos a grande maioria de nós, independente da profundidade desse desejo). E desejamos do fundo de nossas almas esse momento, seja para nós, seja para nossa família ou para um alguém de algum lugar, de qualquer lugar. Por quê é tão difícil, mesmo com o ápice enérgico devotado à vontade da mudança, mudarmos?

 O ser humano possuí uma elasticidade mental e raciocínio, além de compreensão sentimental e adaptação às variadas situações, como nenhum outro ser sequer chegou perto. Mas mesmo assim, não mudamos. Mesmo querendo, não conseguimos mudar. É o limite sendo sempre ultrapassado que nos coloca em uma situação inacabada de busca da perfeição? Ou de fato é um idealismo incoerente à realidade, e deveríamos nos calar e aceitar que somos fracos, por mais que os mais fortes de nós representem um ideal a ser seguido, não transcendem a esfera do inacabado ou imperfeito. Então perfeição é nada mais que uma linha onde nunca chegaremos, pois a cada passo que damos, ela dá a mesma quantidade. E se pularmos, rodopiarmos ou pararmos, ela faz o mesmo... É o reflexo do desejo inalcançável.

 Pegando gancho ao tema, a revolta nos acolhe em vários momentos, a revolta de ver um amigo perdendo a casa, perdendo a vida, desistindo de um sonho e se apegando ao consumismo frenético, ou um amigo atrás das grades, sejam elas de ferro, sejam elas de plasma, sejam elas de alguma substância desconhecida. E essa revolta nos faz explodir ou implodir. Aqueles que implodem, aceitam a desigualdade temporariamente, e tapam os olhos com uma peneira. Aqueles que explodem, ferem a conformidade dos seres a sua volta, gritando alarmantemente que a situação deve ser mudada. Eu faço parte do segundo grupo, que infelizmente é minoria. A diferença é que explodimos agora para mudarmos o depois, e o primeiro grupo, explode depois para se arrepender do que nunca mudou!

Em decorrência desse desabafo, segue uma letra que fiz...


Vozes do latão



Recito o depoimento das vozes não escutadas
Do pobre, que escorre 10 reais do boy na faca
Do negro, Que é comparado a fezes desde a infância
Do índio, que é posto como lixo com suas crenças e danças.

No Norte, Nordeste o choro da criança seca antes de cair no chão
E o leite da 10ª filha por desidratação
Os livros retratam a miséria quase que imutável
Só não reportam o reinado Sarney soterrado.

Queria ter as mãos de Deus só por um segundo
Acabaria com toda dor e ódio do mundo
Mas o que é me imposto antes de nascer
É a companhia do diabo e um pente pra me resolver.

E os santos tão de terno, pagando propina
pra mais revolta da vacina, mais perda de moradia
gritando nos centros com cruz e falso louvor
Que a porcentagem do seu bolso o torna o salvador

Prazer necrófilo de ambição monetário
Estão na cúpula do três poderes políticos carcerários
Ainda verei o dia no qual vai parar toda chacina
De sonhos, sorriso, vidas, famílias.

Corri por caminho jamais pensados
Com muita dor e sofrimento ladrilhados
Mas tudo isso me deu força para renascer
E lutar cada vez mais para o amor vencer.


E na escola, professor nos trata igual escárnio
Entrega livro com título Guerra e Genocídio
Conhecimento do asfalto, droga, arma, assalto
E os conformistas nos graduam com presídio

Mas aprendi que na vida existem duas vias
A que nós corre de bala e dura poucas milhas
Onde o copo de veneno é abastecimento
E o pó da boca que sustento vira meu oxigênio

Os outros passos seguem a estreita viela
Nos reprimem, discriminam, é outro tipo de cela
A diferença é que a libertação está na arte
Na poesia, grafite, RAP e não mais no crime ou crack

Click, clack, zoom, o sangue escorre na lente da TV
Se ouvir um BUM, é a granada do exílio fudendo você
Escreva antes que seu braço seja amputado
E virar mais carne pro açougueiro milionário

O ideal para o céu, admito, é quase inalcançável
Mas do inferno pode começar aqui em baixo, cuidado
Vamos dar as mãos e rezar de forma mais ativa
Agindo anatomicamente nas palavras, melhorando dia a dia
É a esperança...

Corri por caminho jamais pensados
Com muita dor e sofrimento ladrilhados
Mas tudo isso me deu força para renascer
E lutar cada vez mais para o amor vencer.


De Igor Franceschi Pires Bueno.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Apresentação

   
   Olá mano leitor, recomendo ler este blog quem tem uma mente liberta, não conservadora e se disponibiliza à utopia do ego de forma ativa! 

    Nada sou nesse mundo, nada possuo numa realidade temporal, nada me é consagrado ou assegurado a não ser o senso racional e sensitivo. Com ele direciono a uma constante tentativa de decifrar a realidade pessoal e coletiva do Universo e dos seres que o habitam em suas complexidades racionais, emocionais e espirituais. 

    O espaço do blog é fruto da vontade de expressão de reflexões sociais, políticas, filosóficas e culturais. À escrita maldita que verão, sei que é limitada de receptividade e aplicação, mesmo que as constantes e frustantes tentativas de exposição do íntimo e de meus globos oculares observadores, em maioria o único jeito de compreensão é fechando a porta de entrada ao real e refletindo o ocorrido, , intra-atomizando o sentido palpável e imaginativo para a sempre falha aplicação material dos gritos pessoais em construção do social, por construção do social, mas a sensação interna, essa é inevitável e compreendida subconscientemente... 

   Retificando, lhes digo que aqui quem escreve é um ser totalmente limitado, vocês lerão palavras proferidas de um aprendiz nato, sim, especialista em aprender, talvez seja a única compensação atemporal dada pelo Todo incognoscível, de um mundo completamente regrado ao espaço-tempo. 

      Deixo aqui uma poesia de minha autoria, escrita no final de 2012, não marquei data... 


Renascimento


 Forte, hei de escancarar as cicatrizes

 Frente ao corte da alma em matrizes
 Calculo remédios a anestesiar-me
 Passageiros, paramédicos, acoplados na carne

 Distorce meus olhos, seca meus lábios

 Apodrece a pele, fecha e sela os poros
 Acidenta meus braços, pernas, renegado corpo
 Deixa-me atordoado, no ar fétido, grito de sufoco...

 ...Socorro!


 Arde-me, fere-me, do ventre que urgiu clemência

 Do cetro cravado no peito da ausência
 Serpentes que sentem meu ígneo ser
 Desdobram-se no culto ao renascer

 Assassino o sangue onde o ódio se agrega

 Resgato a essência, cuja apoteose se entrega
 Como uma fênix vinda do espelho de pandora
 Agora meu ego ri quando chora.

  De Igor Franceschi Pires Bueno em algum dia de 2012...


    Obrigado.