sábado, 30 de abril de 2016

Coisas do Facebook

Algumas postagens que fiz, num emaranhado de poesia e pressa rs


Gente, só tá frio porque o tempo quer um calor diferente, quer um abraço. O tempo quer parar por um tempinho e ficar de ouvinte, escutai: ''tum tum, tum tum, tum tum''
Aí, sabe, a gente fica tudo mais juntinho, abraçadinho e se aquece que é uma beleza! E ainda por cima, esquece cada problemão nesse meio tempo, quando percebe já tá sorrindo tudo e tirando todos bichão ruim das costas e da alma.
Na atenção sem tensão e com tesão das coisas boas da vida!

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A Lua ontem estava tão poderosa e cheia de si que hoje o Sol entrou ameno pra gente lembrar com carinho do nosso passado e do nosso cantinho.
A manhã está tão gostosa que quando virar o tempo, aposto que a Lua vai dar um beijinho no Sol de boa noite nesses cantos de cá.
E o Sol vai seguir feliz pra iluminar lá no Japão!
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Capim, cortam-te delicadamente, sorrateiramente, não arrancam seu corpo inteiro. Não querem briga com a terra, eles são sãos e necessitam do medo pessoal: controlado. Então, aparam seus cabelinhos.
Assim Capim acha que cresce, má na real, nunca sai do lugar, iludido por mãos que estão acima, acima de quase qualquer suspeita e coisa, que afagam, que fazem carinho, com toques de piedade treinada, maquinada. Tem vezes que até tiram a luva pra que você se sinta mais agraciado.
Hoje é dia de fim, fim de feira, fim de capim.
Capim, sua raiz. Sua raiz! Sim!
Podam-te os cabelos... E os teus pés?
Seus pés eles não conseguem dimensionar! Seus pés são ancestrais, Capim. Afirme-se e floresça!
Essas mãos jamais chegarão onde estará sua cabeça. Não, não é nas nuvens, Capim, é na terra mesmo e a terra está no alto! Só te fizeram enxergar errado esse tempo todo.
 
Emoticon smile

terça-feira, 12 de abril de 2016

Caminho, menino! Caminha.


Caminho, menino! Caminha.

Perspicaz, sagaz, faz nós às mais
Jaz incapaz à paz, trás atrás irreais
sinais, tais mentais, fecais, virais
Orai, vigiai, lutai, falhai no cais que cai


Ascendei por bem às que já estão lá

Pequenino menino, cantinho contido
Permitindo retido, felino caminho
Partido o sentido, nutrindo, abrindo
Brilhando em desatino, forrando um novo ninho


Ascendei por bem às que já estão lá


Sangraste, berraste, julgaram-te um traste
Desgaste do encarte, transmuta-te em arte
Voltaste atento ao seio sem medo de ser aprendiz
Mãe nossa que goza, acolhe linhas tortas, poda o mal pela raíz


Ascendei por bem às que já estão lá



 Eu, aparentemente homem e em contraste com o ser híbrido que vivo dentro de mim, sei que já não quero mais muita coisa que permeia minha cabeça, minhas ideias e meu coração.Quero ascender ao ponto de ser desconstruído, sim! Com todas as minhas forças e fragilidades. Sei que não adianta rasgar minha pele pois isso não acabaria com o homem dentro de mim nem com o homem fora de mim, com o machismo presente nesta sociedade patriarcal . O homem perverso, egoísta, desnecessário aos seres vivos, o homem doente e que é uma doença.
O problema está além da carne. E na carne também, em como é vista a carne. São ideias e mais ideias que se instauram num âmbito opressor, nascemos sujeitos a tantas coisas que não precisamos e quando nos damos conta delas, já estão tão habituais que o desapego se torna um processo lento, doloroso para o nosso orgulho, que faz refém mulheres, mulheres, mulheres e homens.
É uma grande bosta jogada no ventilador. 
Com isso, vou seguindo e tentando ao máximo caminhar no sapatinho, escutando muito e dizendo quando devo falar aos hermanos sobre o ser macho alfa, sobre essa besteira toda, falando com carinho no coração, dançando e sendo feliz, aprendendo a ter amor próprio quando falho para não me machucar por coisas que ainda não sou capaz, por coisas que não escolhi ter ou ser. Trocando ideia com as minas dessa vida, refletindo várias paradas e crescendo junto. Abrindo os horizontes e agradecendo, agradecendo cada vez mais às mulheres desse mundo, às que sempre estiveram ao meu lado, pacientes e amorosas,  que deram aquele puxão de orelha básico, constante, para eu me endireitar e não seguir a via comum. Agradecendo por todos amigos que também compartilham as dificuldades de se construir um novo ser, que estão lado a lado. Agradecendo principalmente a minha mãe, que sempre me criou com muito carinho e atenção, conversando noites e mais noites. 

Já preparo a minha cama para um amanhã mulher.



Por Igor Franceschi Pires Bueno às 14:05 do dia 12/04/2016.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Veja - Poesia Crítica Vibracional



 Parcerias são sempre bem vindas, ainda mais quando é com alguém que luta com a mesma faca que você, mesmo que com cortes diferentes. Mas o mesmo inimigo.E o inimigo é sempre o sistema!
  Dessa vez, a poesia segue rimada com meu irmão Montsho Lasana.

Veja


Vejo comida e há fome, vejo sede e choveu
Vejo as linhas tortas na poesia de deus
Vejo cobertores que não saciam o frio
O vento que venta e causa arrepio

O tempo se inventa, o sol clareia
O mar mareia, e o homem...Pensa
Conhece a morte, cansado a vida
Vejo o caminho é quem lhe caminha

Vejo problemas reais, dívida, praga
A luta se propaga, nas contas até paga, vence você ou a luz apaga
Se erra, apaga progrido, mas nenhuma palavra eu tiro
Sei onde miro, cada conceito é um tiro

Pedagogia em método lirico e termos complexos
Cruzando poema como tabuleiro de scrabble
A estrofe do rapper violento que clava
Nocivo como quem te enquadra, de matraca e balaclava

Vejo até invasão de casa, pro furto de souvenir's
Estrondo pulando a janela com a TV no ombro pra assistir a fumaça subir
Vejo criança jogada do prédio ou arrastada pelo cinto
Não falo de rosas porque cheiro de pólvora é o que eu sinto

Vejo sangue pelo recinto tornar cotidiano
Bolsões de pobreza que aumentam a cada ano
Vejo a entropia como pressagio
Vejo na mídia promessas, ameaças e comoção ao lado frágil

Alienação, vejo você sem resposta ou reação
Formado pela desinformação
Limitado aos bônus e whatsapp
A arte explodindo por dentro sem válvula de escape

Eu de projétil libertário literário, calibre esferográfica
Vejo nas rádios hits estrangeiros ou nacionais de frases pornográficas
Se do que eu vi, nada você viu e prefere rebolar
Aqui miolos flutuam pelo ar, não vai ter tchu nem vai ter tcha

Você tem talento interno, a priori
Foge da evolução do tamagotchi
Conheça os fatos e as hipóteses que há
Vejo aids, câncer, mas alteram células no DNA

Indicio de evolução forçada, genética avançada
No fim a safra é só ossos na ossada
Cumpri suas ordálias sem escarcéuSem alarde de quem vai ou não vai pro céu

É foda falar, quer que eu cale pela minha idade
Vejo estado de calamidade, sem pincel, tela, miragem
O click, o baque, o tombo da namorada intima
A ramificação do amor faz vitima

O inexplicável confundi, intimida, reputação de puta e jogador
Mata, morre oprimido e opressor, vejo morte pela herança do avô
Vejo lavagem milionária de pastor dono de emissora
Vejo a zorra, valor dobrado, imposto pago em aviãozinho, que porra

Sou a doença transmissora que invade o camarim
Atravessa o globo do ator global sem batom, festim
Sem comercial, plim plim a gente se 
Seu olho no maçarico sem dublê

É o que vejo, sem medo não vou falar de paz
Vejo filhos assassinados pelos pais
Vejo criança tirando do importado pino de ferro
Adolescente entrando no blindado empinando ferro

Não é o que quero, só escrevo o sistema compõem
Vejo berro e choro de mãe
A marca dolorosa no epitáfio
A foto desbotada no relicário

Vejo exceção na unanimidade
Não há novidade no assunto humanidade
Vejo desigualdade, aperto, panfletos no sol ou placa de apartamento
Na porta do dentista gritando gratuidade no orçamento

Um choque de argumento a energia que transmito
Meu vicio carrego na pilha de livros
Na oeste minha vida é loka e não sou Mano Brown
Só racional, faço de cada momento poético o seu umbral

-

Cabeceira de poeta sanguinário de livro tá lotada
Arma de ponta, bala de conteúdo enigmático em poesia
Onde os medos viram sonhos e os erros sintonias
E quando as auréolas quebram, chacinam o moralismo da calada

No meio do caminho tinha uma pedra, o nóia abraça ela
Lapida e transforma em uma rubrica de cravo e canela
Do inanimado transmutado em ativa de superação
Os zumbis das ruas se alimentam a cada rejeição

Perdoai os profetas de fogueiras, sinhô
Pega na cruz a lenha pra aquecer o pivô
Quem provar do barbeiro que rasga na gilete
Terá chagas ancestral, explodirão os brecks

Ascenderá no barro moldado de carvalho
Onde nenhuma lágrima escorre do orvalho
E entenderá a dor que não pode gritar
Da pobreza imposta que oculta o brilhar

E de salivar o doce, pra fugir do amargo
Abriu os portais à frequência happy heartz
Onde a pomba gira, faz o terreiro do aliado
Derruba a jogatina do dominó de blefe, num lag de check

Epidemia aidética que o DNA do espírito destrói
Criada em laboratórios, de cobaia nossos heróis
Espalha pelos pulmões brasilis, precisando respirar Sarney
No canal que glorifica CiRossi, Zeca Pague1000inho dá replay

E os moleques empinam pipa pro pai do presídio
Ver um pouco da infância de um filho em estado de sítio
E a linha do celular roubado corta até o cerol de infância
Organiza o comando pra tirar o doce do farol das crianças

Vem ver a nuvem de sangue que se forma, chove granizo
São órgãos vitais, destroem madeiriti como norma, ZAP de riso
Zeus patrões, reais ladrões, tão tacando ossos, raios de soterramento
Assim o ciclo esgoto ácido, do pobre é refém do esquecimento

Jeová e Shiva não nos salvarão, não há espiritualidade na opressão
Como rezar com os dedos cortados, meditar no ódio e no diabo
A água benta só se for fervida, na língua do pequenino querubim
De uma Maria nada santa, que vive do pó de pirimplimplim

[Montsho L./Igor F.P.B.
]

Às 14:11 do dia 07
/01/2013.

domingo, 29 de dezembro de 2013

Poesias ao vento

  Algumas poesias que fiz nos últimos tempos, mas não apenas as novas, antigas frases, poesias, reflexões e histórias serão postadas também =).
Dei uma absorvida no mundo, nos cantos, nos bailes, uma pequena pausa necessária, mas as coisas voltarão. Como o sol que repousa a nossa visão mas está sempre na ativa, trabalhando, assim como eu fiz, repousei a carne, a vista e, alimentei o espírito fechando os olhos e meditando. Agora volto a transcender a matéria, como muitos que se permitem a espera, o ócio, a calma... Mesmo que sutilmente.




Meditação

Sussurrei a mim meus medos,

Quis abandonar-me na surdez.
Canto um soneto do anoitecer,
Quando as velas acendem,
Minha métrica se mescla com sangue,
Compondo na pele outras digitais.
Tatuando dores, gemendo prazeres,
Pulsando tribais ancestrais.
                                                                   
Suplico, alma...

Desencarna só por um segundo,

Na nudez.
Quero provar o além,
Sem pisar na terra do Alguém.
Me consagrar feliz sem porém,
Nem por quê,
Poder visitar meus erros,
Como convidado e nada mais,

E me despedir. Perdendo o endereço.

Calma, leve veneno do apego, consome na neblina.
Dirigindo com olhos de vidro, me vejo em vós.
Quero o também para apenas deitar o cérebro. (Quero o ninguém para apenas desligar o cérebro).
Estou só, cada dia mais virando pó.
As ventanias ocas, urbanas, não me levam à fixação,


Sou pesado demais para o comum.


Vou gargalhar dos problemas sem ironia,

Me fantasiar do mágico de nós
Pena, que estamos roucos e céticos.
Ah, venha se deliciar do ócio com ópio,
Mas não estamos namorando a negação?

Não! Não! Não! Não...



... Sou pensado demais pra ser mais um!


Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 21:12 do dia 29/12/2013,





Alento

Finca teu espinho em minha pele, noturna flor.
Que no espinho que meu sangue escorre,
Também mancha sua terra
E uma hora há de voltar...
Por sua sede incontrolável de ter-me
Eternamente em ti.

E quando desabrochar voltará à mesma terra
No fim seremos o mesmo grão,
A pairar pela mesma brisa...
A mesma que encostou tua verdade em mim,
E nos selou.

Sou cravo, fira-me, adoeça-me.
Sou coroa, rasgue-me, arda em mim!
Sou pássaro, repouse-me em seus campos,
Fiquemos assim, no alento sem fim...

Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 01:34 do dia 06/02/2012.


É isso, muito obrigado, Pax!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Piada - Um diálogo com a consciência

O texto dessa vez gira em torno do nosso diálogo com a consciência, o conflito entre ser ou não ser nosso o que por mais breve  pensamos, agimos, almejamos,optamos. Somos arquitetos da paz e do caos individual, com todas as plantas e lápis de traços variáveis, réguas de medidas diferentes e borrachas para quaisquer possíveis erros?

A loucura pode persistir em ser tão louca, que como ondas sonoras, um dia há de ser sã, mas incapaz de naquele momento ser compreendida, por falta de capacidade social e como reflexo, individual.

Penso numa ilusão como um copo com água, onde podemos ver através dele o ambiente de forma distorcida, mas se a bebermos, ficaremos mais aliviados e saciados por hora, veremos o ambiente claro, até enchermos outro copo quando nos der sede ou quando nos der coceira nos olhos.

A vida é uma piada, caros amigos e, eu gosto de rir dela. Com uma bussola e lupa, procurando os caminhos e artefatos mais minúsculos, mais profundos. Muitas vezes a piada cansa, tornando-se uma simples frase, mas o dom da criatividade nos faz criar novas para poder rir, então vamos de tempos em tempos mudando, nos apropriando de coisas diferentes, com outros olhares e perspectivas, novas definições de quem somos e para onde vamos. Existem as piadas que não se saem tão bem, assim como as de mau gosto.

O picadeiro está em reforma diariamente porém sempre esteve pronto para uso, vamos dessa vez, ou melhor dizendo, nesse dia, fazer novas apresentações, ensaiar outras coreografias, correr atrás de diferentes figurinos ou quem sabe usar alguns populares, podemos também copiar alguma peça teatral já feita e, interpretar tão bem a ponto de acharmos ser e sentir o mesmo que quem criou tal romance, tal tragédia ou tal comédia. Amanhã decidimos o que seremos e o que faremos!

O sorriso, semblante da esperança e aceitação, sempre vai existir, mesmo que ocultado pelos lábios nervosos e ensanguentados, ou pelos lábios movidos a dois universos em sintonia. As lágrimas também e, delas, podem prover várias atribuições. É de se admirar saber que a indecisão é mais decidida do que podemos optar, logo, como não ser seu cliente já que o mundo nos é saciado pelos opostos?

Piada

Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, 
Parece que vivemos cansados, as novidades já soam como dejá vus, continuamos agindo inertes
Por mais que nossos batimentos cheguem a mil
Parada e comum a realização se mantêm, lemos a crença que prega a lobotomia do blefe
Prossegue, fazendo querer provar o sempre viril

Ingratidão virou piada de mal gosto
Instiga um amargo, doce e azedo
Imita aquela pessoa alí, aqui, cadê o sentido incisivo do gesto?
Isso, esse das noites inquietas no único momento de sossego

Amor, sabe aquela música nossa? Já está tão sem graça
Atende o telefone que um dia nos ligamos, quando era a gente
Agora seguimos, sem ninguém pagar a conta, nem abraço que aqueça, nem saudade que adoeça
Alinhe seu peito ao meu. Não podemos, fazemos questão de ter alturas diferentes

Diga mais uma vez o que sempre quisemos
Drogue nosso vício de achar que somos escohidos da inocência
Depois de mais dois ou três suspiros, o que mesmo dissemos?
Daquelas vezes, as palavras clichês de uma relação autêntica

Apedrejamos o espelho da alma, nossas vaidades, lava as faces, lava nas faces
Agirei como achamos que sempre agimos, com nossas importâncias tão superiores
Alegorias das máscaras, escárnios, maldizeres incubados, tragédias esperadas, espaço aos impasses
Antes de me despedir, peço ao cupido mais novo, que tal mais uma dose de nossos atores?


Às 15:35 do dia 22/10/2013, por Igor Franceschi Pires Bueno.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Máscaras de pele

  Nos aprofundamos nos pensamentos para tentarmos entender o por que de não estarmos saciados com nosso eu e tentando entender o por quê de não aceitarmos coisas que fazemos, pensamos, alimentamos e até por uma fração de segundo, gostamos, mas elas não entram em concordância com nosso gosto lapidado pelo orgulho, nossa vontade, nossa moral, nossa aceitação de afirmação pessoal.


 Ora, então vestimos máscaras de pele, não fictícias muito menos aquelas colocadas por alguém, mas nossas mesmo. Se alguém além de nós pudesse criar tais máscaras, ou explicar sua constituição, seria a mão divina ou a mão do próximo. Criticamos o outro, argumentamos sobre o nosso redor mas no fim, trocamos apenas o objeto, tal objeto que poderia estar presente em cantos e mais cantos da cidade, nas populações e suas diferenças, os espelhos. Espelhos onde não queremos enxergar nosso reflexo e por tal motivo, colocamos em terceira pessoa a nossa particularidade.

  Como compreender que pensamentos que parecem não serem nossos, que parecem estar flagelando nossa alma, são nossos? Seria uma anima mundi? Seria um ego coletivo? Se seguirmos esta linha de raciocínio, as coisas se tornam autoexplicativas, pois da mesma forma que não conseguimos fugir da energia por estar presente em tudo e todos, e da mesma compartilhamos, uma grande invocação do Todo como substância etérica seria um sentido a se tomar como raiz de todo esse caos. Logo estaríamos destinados a lutar contra nossos próprios leões que parecem familiares para o outro, e no fim, seriam mesmo de ambas pessoas! 
Sangue, afeto, desejo por matar, desejo de amar, desejos e mais aventuras fantasiadas por 7 pecados capitais e infinitos pecados universais. Mas tais pecados tornam-se bons ou maus a partir dos olhos de quem vê, e se essa alma nos entregou tais possibilidades e compartilha com nós as mesmas, é por uma razão bem simples: aceitação.

  Não poderia o Todo nos atrair a algo que viria a nos defasar, pois estaria se mutilando também e acredito que ele não é masoquista, muito menos tolo. O crescimento é natural e a morte, antes que eu me esqueça, não deixa de ser o crescer. Não são obsessores espíritas que te jogam ideias macabras, caso fossem, eles também compartilham dessa matéria não material, você gosta de tais obsessores e se identifica com eles, logo você não quer separar bem o joio do trigo ou não aceita ambos componentes por terem te ensinado desde pequeno que você deveria em toda colheita a agir da forma convencional. Mas você não quer ser convencional e, de fato não é. Nem mesmo os que te ensinaram são, eles são apenas prisioneiros, assim como você está sendo.

  No fim, quando se procura paz e se luta incansavelmente para atingir a plenitude moral colocada como boa harmonia e boa convivência (religiosas...), apenas selamos numa caixinha nossa destruição e optamos por concluir que apenas a construção é positiva. Negativo meu caro, os opostos são necessários para a dinâmica universal, e até mesmo para a estaticidade momentânea. Ah pandora, porque deu tal presente, se eu soubesse que seria meu caos, teria deixado embrulhado e vivido numa ilusão atemporal de felicidade, ou pelo menos do que me mostraram ser culturalmente! Assim ficaria mais cômodo e mais ignorante. Não choraria mais, por não saber o que é a dor ou por viver numa dor constante, imutável. Não saberia diferenciar, mas agora eu sei e isso me incomoda!

  Não comeria o fruto do Éden, não desceria à Malkuth mas sim, permaneceria imanifestado até as próximas rondas esotéricas. Assim sem precisar existir como manifestação, observaria como um covarde ou como alguém sábio demais todo ciclo da humanidade.

  Difícil conviver com nossas personalidades, diria que Fernando Pessoa apenas se deixou levar... Seus heterônimos não eram mudanças para um ser imaginativo mas sim, aceitação de seu ser e de suas faces! De suas máscaras de pele, que elas cobrissem seu corpo todo, já que estavam em seus olhos, boca e nariz.

  E quanto mais se descobre e descobrimos o mundo, quanto mais alimentamos nosso ego e o ego onipresente, mais tememos e recusamos nós mesmos. E por que tudo isso? Por culpa de humanos que quiseram brincar de Deus!

Mais uma poesia que vai e vem....




Elementos

Água, presente na boca
No sangue, nos olhos...

Ela escorre e flui, e eu fico aqui, parado
Queria ser livre assim, contornar todos horizontes
Ser forte para quebrar pedras e inundar medos
E alimentar a raiz de meus sonhos, e com eles seguir.


Terra, presente nas mãos
Nos pés, na pele...

Firme e inquebrável, nunca desaparece
Pode ser fragmentada a grãos ou se juntar em planetas
Mas sempre está lá, e se mescla com tudo e todos
Fica úmida, seca, leve ou se priva, quando pesada.


Ar, presente nos pulmões
Nos gestos, nas falas e cantos...

Não precisa se mostrar para saberem que está lá
Todos podem sentir, pode dar um frio ou um arrepio
Leva tudo, até a imaginação... E organiza o que saiu do lugar
No vácuo não se pode falar, nem sorrir.


Fogo, presente no sangue
Na pele, nos cantos...

Estimula o mundo, sempre insaciável
Aquece a água para se renovar, a terra para se moldar
Dança com o vento, dança com a liberdade
Queima e nunca diminui, apenas se multiplica, como o acender de velas.

Às 11:22 do dia 20/09/2013. Por Igor Franceschi Pires Bueno.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Medo - Instinto não natural

  No decorrer de nossa história e suas estórias, fomos moldados, lapidados pelo escultor no topo da pirâmide, foram criadas leis para o bem comum e livros didáticos de bons costumes e linhas de raciocínio. Do boca a boca foram engessados ideais e pensamentos (e porque não sentimentos, também?), todo nosso ego foi transmutado em uma teia que possui paredes de um material mais resistente que concreto e de natureza, que se pode deduzir, até invisível, sendo impossível medir seu comprimento, largura ou área de atuação: MEDO.

  A partir do momento em que o homem foi doutrinado a pensar que ao fazer determinada coisa, ele caminharia para o lado da incoerência e mal, ele foi aprisionado nessa parede, e virou a mosca da teia cultural onde a aranha é a ética e moral impositora, e tais imposições percorrem todo o ser conscientemente e em muitos que já beberam demais desse elixir, no subconsciente. Pois você é o que é a partir dos ensinamentos e controles sobre o que você pode ou não ser, independente de qual meio social você vive ou segue, ele abraça você de tal modo que se tem a sensação de que era tudo um desde o início e que assim será para todo sempre. Somos frutos do meio que optamos ser  a partir de reflexões e impulsos inexplicáveis sobre nossa história individual e coletiva? 
   Vamos analisar um exemplo talvez incomum (e pense por que de ser incomum):
  Se você pular de um precipício perderá sua vida, e isso é ruim. Mas se não te dissessem que pular do precipício é ruim porque estar morto segue uma linha maléfica de pensamento, você ao ver um precipício, poderia optar sem medo algum de pular ou não, a sua vontade não teria barreiras e se manifestaria como uma verdadeira vontade, puramente sua! Muitos pensarão que isso seria falta de conhecimento e discernimento, possivelmente um descontrole e insanidade, mas a linha que dizem ser tênue entre sanidade e loucura é interpretada a partir dos olhos de quem vê, eu posso enxergar o que quiser e como eu quiser, claro que todo o meu QUERER, como é sabido, sempre possui traços e influências da minha cultura, do meio.
  E minhas gargalhadas insanas seguem ao saber que nenhuma das almas que fez tal ato, voltou para nos contar como foi a experiência, pelo menos não do modo carnal e convencional, como uma nova descoberta científica ou abaixo assinado promovendo a vontade sem grilhões de sua raça. Por não sabermos, apenas termos livros e experiências que nos fazem crer (com margens de descrença) e por não possuirmos uma certeza que englobe todos nossos sentidos físicos, metafísicos, ou seja, um ponto de comodidade atemporal, temos medo. E o medo que causa a insegurança, é o que nos faz medir consequências de causas que desconhecemos e de efeitos que imaginamos, mas nunca sabemos se assim serão.

   Muitos têm medo de filmes de terror, mas se nossos pais, amigos e conhecidos ficassem dizendo do filme de comédia que viram e não conseguiram dormir por achar que a risada iria pegar seus pés, rir seria algo horripilante e naturalmente, evitado.

   Como de praxe, agora vamos a poesia! rsrsrs


  Força do Leão

 Meus calcanhares! São como os de Aquiles!
 Mas meu canto como os das sereias,
 Destruo embarcações dos ventos da mentira,
 E possuo  força como  de Hércules!


 Quantos não foram atingidos pela Medusa atual,
 Ela deixou cair seus cabelos pelas cidades,
 Vão e vem com o sopro do capital,
 Com mechas de todos os tipos, tamanhos, idades.


 O teatro da tragédia, hoje é o do stand-up,
 Deram um truco na sua testa sem o zap.
 Construindo há milênios mais um dominó,
 Com um caminho circular, nos derrubam sem dó.

 Implantaram uma política intracultural,
 Sem causa nem efeito, que foge do racional,
 Te deixa com as pernas bambas, numa corda estável,
 A saída do picadeiro possui um ilusionista insaciável.

 Sou feliz por não cair no gosto deplorável,
 Pela minha mente filtrar até água potável,
 E o meu punho socar até peito de aço,
 Questionar a sina além do tempo-espaço.

 Num café, se pode coar até sair todo pó,
 Mas seu gosto sempre será um só.
 Assim eu sigo, podem tentar até me matar,
 Que minha essência não sairá do lugar.

 To com o mapa do tesouro, te ensino o caminho,
 Feche os olhos, se sinta, respire tranquilo,
 Se não entendeu, vá para frente do espelho,
 Aí está o baú, só basta abrir e olhar dentro.

 Moro numa selva de máquinas de guerra,
 Só um sou indefeso contra toda essa miséria,
 Mas juntos temos a força e urgir do mais forte leão,
 Vamos parar de dormir e espantar os urubus da ilusão.

 Das minhas tripas você não come não!
 Nos meus ancestrais, você não sobrevoa!
 O território está marcado pra paz e união
 Não desperdice suas carniceiras energias à toa.

 Fui crucificado ao nascer, na morte nasço de novo,
 Atormento os conformistas, dou fogo para meu povo.
 Te tiro do sono burguês e trago o real pesadelo,
 Libertação de mais um pião, xeque-mate no medo.

Por Igor Franceschi Pires Bueno, às 13:34 do dia 23/08/2013.